22 novembro 2008

Canyoning - Rio Fafião

Mais um.


Excelente forma de "fechar a época", com um canyoning no Gerês. Ao contrário do canyoning da semana passada, este impressionou-me pela positiva. Vai mesmo directamente para o top das minhas preferências!


Fui com o João Graça, que está determinado em criar uma secção de canyoning no meu clube, e com o Devesas, caloiro dos canyonings mas determinado em altos voos!


O rio começa logo a matar, com grandes passagens subterrâneas que nos colocaram um sorriso de orelha a orelha na cara. Apesar de estarmos já no final de Novembro, a temperatura da água era aceitável (desde que não se tirassem as luvas) e o sol satisfazia-nos sempre que saiamos destas fantásticas grutas naturais.

Nenhuma das várias descidas em rapel que fizemos era uma cascata "normal". Era sempre um buraco, por vezes apertado, pelo qual passávamos, sem saber muito bem onde nos estávamos a meter...


Este era incrivelmente apertado e eu tive a sorte de ser o primeiro a "meter-me na toca do lobo", a explorar este caminho por onde teríamos de passar.


E não podia estar mais contente! O João tinha uma máquina digital à prova de água, portanto este foi um canyoning altamente documentado, com "fotos dignas de uma revista de canyoning", como disse o autor destas. Ora comprovem lá!


Fantástica paisagem e originais cascatas subterrâneas, água cristalina e muito saborosa. Excelente descida que ainda iria ter um momento alto... muito alto! O nosso caloiro estreou-se com um mega salto de muitos metros!

Informou-nos que ia saltar aquele que era o maior rapel do rio. Eu e o João descemos com a cordinha e, no final, puxamos a corda, ficando ele sozinho lá em cima. Este gesto despertou em todos nós a realidade que o nosso caloiro teria mesmo de saltar os cerca de 15 metros de desnível! E assim foi.


O ganda maluco saltou todo torto, mas com a devida coragem que coroou com a verdadeira raça do NME a nossa primeira actividade de canyoning.

Mais fotos aqui.

16 novembro 2008

Jornadas Técnicas de Canyoning

Tive a honra de participar nas Jornadas Técnicas de Canyoning (link e link), com uma excelente organização da Associação Desnível, que me deixou muito impressionado, pela positiva.

O local para a realização destas jornadas, a DiverLanhoso, não podia ser mais apropriado. Tem uma localização quase perfeita, muito perto de vários canyonings do Gerês, com uma paisagem ao seu melhor nível, nesta altura do ano, fria.


Cheguei já tarde, na sexta-feira, vindo directamente de Lisboa, no meu carro, onde dei boleia a uma desconhecida. O carro deu-me alguma autonomia no fim-de-semana, primeiro porque o material de canyoning é tudo menos pouco/pequeno. Depois aproveitei para trazer mais tralhas para Lisboa.


Bom, voltando às jornadas, o programa era ter apresentações técnicas no Sábado de manhã e fazer uma sessão de trabalho da parte da tarde. No Domingo passávamos à prática.

Durante as apresentações apercebi-me que era dos menos experientes praticantes presentes, com menos formação e que praticava a modalidade com maior risco! Ganhei bastante sensibilidade para várias questões de segurança que envolvem esta modalidade, nomeadamente o cuidado a ter com as previsões meteorológicas e com os caudais dos rios, material a levar, etc... Enfim, balanço positivo!


De tarde, na sessão de trabalho tive o prazer de contribuir para o melhoramento das condições da prática desta modalidade que está a dar os primeiros passos no nosso país. Mais prazer ainda quando esse contributo foi para a segurança com que pode ser praticada, especialmente pelas empresas que vendem estas actividades aos menos experientes domingueiros.

À noite, a sessão de fotografias de várias expedições de canyoning por esse mundo fora deixou-me com muita água na boca e fez-me sentir pequenino, apesar da quantidade de canyonings que fiz nas últimas semanas!


O programa de Domingo incluía várias workshops, um simulacro e um canyoning no Gerês. Eu optei pela opção mais barata e radical: fazer canyoning no Gerês em Novembro, com o meu fato de 5/3 milímetros!

O rio escolhido foi o Saltadouro, que não correspondeu às minhas expectativas. Primeiro estava frio! Depois, além de estar frio, estava frio... Enfim, estava frio. Os desníveis e a paisagem ficou aquém de todos os canyonings que já fiz.

No entanto, aprendi bastante pois a actividade foi coordenada por monitores de canyoning que dão formação e, por acaso, até estava uma formanda em teste. Por isso consegui "apanhar" algumas técnicas que me faltaram há umas semanas atrás...


Fiquei também impressionado pelo equipamento que o grupo, de 12, levava. Imensas cordas, mochilas, fatos quentinhos com luvas e capuz, botas especiais de canyoning e apito! Sim, todos tinham apito, esse equipamento essencial da segurança e bastante barato. Eu era o único que não tinha. No final de cada rapel dizia sempre ao colega do lado "apita aí!". Bom, foi outro nível!

09 novembro 2008

EBC - Competição de Bloco e Lançamentos

O meu regresso às competições de escalada, cerca de 2 anos depois da última, foi na prova rainha de boulder, organizada pelo meu clube (NME). Sem treinar há muito tempo e sem escalar em rocha ao fim-de-semana (já devem ter notado que tenho andado no canyoning), não esperava grande resultado.

Mas, para minha surpresa encadeio à primeira tentativa todos os blocos até à dificuldade média! Depois... lesionei-me. Contractura do trapézio, que felizmente não me impedia de escalar, mas não me deixava virar o pescoço. A Romana fez-me uma massagem milagrosa, mas nem assim encadeei mais nenhum bloco. Apesar da lesão, fiquei em 10º lugar, o que é muito bom. Em forma, poderia aproximar-me dos 8 finalistas!

Restava-me a já famosa competição de lançamentos que, mais uma vez, teria de a fazer com dores no pescoço.

A competição consiste em saltar de um conjunto de presas perto do chão para uma presa muito grande, a uma distância cada vez maior, medida na diagonal do ponto de partida. Os atletas vão saltando e quem não agarrar a presa, é eliminado. Sobe-se a presa 5 a 10 centímetros a cada ronda e ganha quem saltar mais que os outros. Simples.


Mesmo sem treinar, senti-me muito bem nos lançamentos. A competição está mais renhida a cada ano que passa, com novos atletas a progredirem cada vez mais e a chegar mais longe. Mas a algumas rondas do final, lá ficaram os atletas do costume: eu, o André Neres e o Ricardo Neves (campeão em título). O Ricardo foi o primeiro a ficar para trás por 2 razões. Primeiro, estava com azar e escorregou duas vezes. Segundo, o André mudou de táctica e continuou a saltar cada vez mais longe.

Eu, no penúltimo lançamento, com "alguma" folga.

O André Neres estava a usar uma técnica muito parecida com a minha e estava a pressionar-me cada vez que subiam a presa para mais longe, pois ele saltava antes de mim, obrigando-me a lançar com sucesso só para me manter em prova.

André a voar no seu último lançamento, no limite.

Mas chegamos a um ponto em que o André já não conseguiu agarrar a presa. Caso eu conseguisse, ganhava a competição de lançamentos.

Concentração antes da "descolagem". Longe não é?

Sucesso. E ainda fiquei com a sensação que podia ter continuado a saltar mais alto.

Esta é uma competição que me é querida. Gosto de lançamentos e, há 3 anos treinei para ser um especialista neste tipo de prova, estatuto que ainda mantenho sem adversários à altura, por enquanto.


Depois da competição de lançamentos, veio a final da competição principal. Coube-me a mim a responsabilidade de arbitrar a final sénior masculina, ganha pelo Zé Abreu com relativa facilidade, seguido de perto pelo André Neres.


Foi um último esforço no culminar de uma das provas mais difíceis de organizar, que envolve mais logística e que tem mais participantes, pela qual o NME está de parabéns, especialmente o Sílvio Morgado que foi o responsável máximo.

Nota: fotos de Alexandre Páris