06 março 2011

ASEstrela 2011

Depois da "excelente" experiência do ano passado, voltei à Serra desta vez com a Isabel e a Claire para um fim-de-semana de montanhismo.


A nossa tenda montada em cima da neve

Se no ano passado a neve só apareceu no último dia, este ano foi ao contrário. Apareceu no primeiro e quase nos deixou no último. Por isso a tenda ficou montada em cima da neve, o piso mais fofo para dormir. Acho que deviam inventar colchões de neve! Qual molas ou latex, a neve é que se adapta ao formato do corpo na perfeição e deve ser 100% anti-hipo-contra-alérgica...


Passeio a pé até à Torre

Chegámos já depois da meia noite, depois de uma subida stressante da Serra, pois tinha começado a nevar intensamente. Dormimos aconchegados e depois de um pequeno almoço quente (que incluiu uma canja de galinha) saímos do Covão d'Ametade para um passeio. Como o tempo não ajudava e a visibilidade por vezes era nula, a única hipótese foi a seguir a estrada até à Torre.


O nosso lanche depois da "caminhada"

Não chegámos à Torre (já o sabíamos) mas ficamos com a fome necessária para fazer um belo lanche no "acampamento". Afinal de contas, era esse o objetivo principal. Esse e fazer um boneco de neve!


Eu e o Abominável Boneco das Neves

Nunca tinha feio um "a serio". Como se faz um boneco de neve? Fácil: fazem-se umas bolas e tal... Errado. Já ouviram falar certamente do efeito "bola de neve"? Ora, se fizerem uma pequena bola de neve e a rebolarem pela neve, ela vai crescendo, crescendo, crescendo até ficar do tamanho desejado! Nunca tinha comprovado a teoria por detrás da expressão mas a verdade é que resulta mesmo.

O verdadeiro efeito "bola de neve"

Bom, mas deixemo-nos de brincadeiras e vamos ao montanhismo. No Domingo integrámos a grandiosa caminhada organizada pelo ASEstrela. Imensa gente cruzou a Serra num dia de pouco sol, muito frio, mas boa visibilidade.


Fila indiana montanha acima



Eu e a Isabel estávamos bem preparados, com impermeáveis e botas. Bem agasalhados. Mas a Claire, a couch surfer a quem oferecemos talvez um dos piores "sofás" da história do CouchSurfing, não estava propriamente preparada.


As "botas" de montanha da Claire

 Ela veio para um mês de férias por Portugal, trazendo apenas duas pequenas mochilas e apenas o par de sapatilhas que trazia calçadas nos pés. Claro que esse foi o calçado de cidade, montanha, neve e até escalada (como vão ver mais à frente) que ela utilizou. Foi uma epopeia para ela, mas a julgar pela sua cara, não se arrependeu!

Claire na Serra da Estrela

 De resto a caminhada foi tranquila, muito bonita, algo exigente técnica e fisicamente, com uma descida complicada com muita neve e algum gelo, e com uma subida final de volta ao Covão d'Ametade que partiu completamente o pelotão.

 Todo contente, de barriga cheia, depois do almoço ali atrás

 Isabel no fundo do Vale de Manteigas, na derradeira tentativa para que o pelotão se juntasse antes da subida


Não ficamos para jantar. A Isabel tinha de trabalhar no dia seguinte. Eu e a Claire optámos por ir escalar para Poios. Por isso partimos antes do sol se pôr.

Depois de uma viagem foi penosa e de uma noite muito bem dormida no fabuloso Santuário de Nossa Senhora da Estrela, na Redinha, lá nos juntamos ao Jorge Martins a um "autocarro" de escaladores vindos de Braga! Eram mais de 30!

Reconhecem alguma coisa?

A única foto de registo, para provar a polivalência (e já o mau estado) do único par de sapatilhas que a Claire trouxe para Portugal, para o seu mês de férias. Força Claire!

Carnaval em Lanzarim

Era um dos 101 objetivos que a Isabel estabeleceu até meados de 2012, por isso teria de ser interessante. Depois do ASEstrela 2011 e de um jantar de Carnaval em Coimbra, lá fomos ver com os nossos olhos os Caretos de Lanzarim.

Um careto com uma mascara já antiga a desfilar pelas ruas da aldeia

Não estava muita gente. Pelo menos não tanta como eu estava à espera, uma vez que a aldeia é muito pequena e o carnaval bastante conhecido. Muito falado na comunicação social, com reportagens e imensas fotografias nos jornais. Talvez por isso o número de fotógrafos fosse maior que o número de caretos, habitantes e turistas todos juntos.

 Pequeno careto a ser "bombardeado" por fotógrafos

Um dos pontos altos do dia é a leitura do testamento. Mas quem é que morreu? A burra, no sentido figurado. Como já morreu, ninguém lhe pode fazer mal. O testamento é lido por um casal de mensageiros, pelo que nenhuma culpa lhes pode ser imputada também. Estes são os ingredientes certos para uma fantástica "lavagem de roupa suja" no centro da aldeia em que nenhum(a) jovem solteiro com mais de 18 anos é poupado. 

 Leitura do Testamento da Burra

Posso-vos garantir de que a burra não só tem uma língua muito afiada como não deixa no ar suspeitas. A identificação dos visados é feita por nome próprio e nome de família, casa onde mora e por vezes graus de parentesco para com outros dos visados. Homens e mulheres, ninguém é poupado!

A carinha de gozo dos rapazes a dizerem mal das raparigas

Pois, eu sei que ainda não perceberam bem o "nível" deste testamento, então vou dar-vos uma ajuda: video dos rapazes (muito mais brejeiro) e video das raparigas.

Depois de tanto mal dizer, ficou toda a gente com fome! Mas como eles já fazem isto à muito tempo, já sabiam e já tinham preparado uns verdadeiros petiscos para a malta toda.

Potes de ferro a cozinhar sopa

Sopa de farinha (na minha casa chama-se "papas"), 3 tipos de enchidos e broa. TUDO CASEIRO!!! Tudo mesmo. Provavelmente a melhor chouriça que comi (estou a escrever isto e estou-me a salivar todo). E a broa? ... fantástica. E as papas... e isto tudo junto, de borla, oferecido por senhoras simpáticas que diziam com orgulho depois de eu perguntar onde comprar chouriças daquelas: "destas chouriças não pode comprar, fui eu que as fiz. Já faço isto para o carnaval há 30 anos!"

De barriga compostinha depois de um fim-de-semana pesadote...

Não fosse a malta ficar com fome depois de enfardar tanta sopa, e como no Norte receber bem é dar muita comida aos convidados, a seguir a isto veio uma mega feijoada do mesmo calibre!

Feijoada muito bem composta

Que barrigada! Agora já "só" faltavam mais de 300Km de viagem para estar fresquinho no trabalho no dia seguinte. Viva o Carnaval de Lazarim!