24 fevereiro 2009

Mini férias de Carnaval

Este ano estava disposto a gozar muito estas mini-férias e cedo comecei a fazer planos. A escolha era o alpinismo mas, na véspera de partir, notícias de muita neve e perigo de avalanches demoveram-nos (a mim e ao João Graça, do NME). O plano B foi fazer canyoning no Gerês.


Sábado, descemos o Rio Arado. No final da tarde acampamos no Parque de Campismo de Cerdeira onde encontrámos outros sócios do clube e onde o nosso tesoureiro nos pagou (do bolso dele, entenda-se) o jantar!

Domingo, descemos o Rio Cabril, já na companhia dos meus primos.

Na (longa) Segunda-feira comecei com uma caminhada de 6h. No final acelerei para Penafiel onde arrumei toda a tralha do fim-de-semana e ainda aspirei o carro. Antes de jantar um enorme prato de pápas e um bife, ainda deu tempo para fazer uns fantásticos bolos (parecidos com Pasteis de Tentúgal) que toda a gente adorou.


Depois de jantar acelerei para sul com o objectivo de escalar no dia seguinte, na zona centro. Na viagem, a Isabel convida-me para me juntar à festa de Carnaval da Nazaré. Ao aceitar o convite, concordei em passar por Coimbra para dar boleia a mais um folião, chegando à Nazaré já à 1h da manhã, para a festa.


Na foto não dá bem para ver, mas já tinham preparado para mim um traje carnavalesco, cujas calças pretas com estrelas rosa faziam uma excelente combinação com o top cor-de-rosa e até com a cabeleira!


Na Terça-feira fiz um esforço para me levantar cedo e escalar no Reguengo do Fétal. Escalei a tarde toda num autêntico dia de Verão (que somado à caminhada na serra, com neve, me deixou bem queimadinho na cara). Escalei apenas um 6c+, na companhia do Sérgio, mas bastou para me deixar uma sensação de realização pessoal por ter conseguido fazer tudo isto em 4 dias... especialmente a louca segunda-feira.

Caminhada Gerês


Aproveitando as mini-férias do Carnaval e a possibilidade de acampar no Gerês, ficámos a dormir sob as temperaturas baixíssimas de Fevereiro na serra para fazer uma caminhada no dia seguinte ao canyoning.

Dei uso aos meus bastões, que já não usava desde Marrocos!

O percurso, aconselhado pelo João Graça, iniciava-se junto à Casa do Guarda de Leonte e seguia para Este, serra acima. No topo poderíamos desfrutar dos vários prados e, talvez, de alguma neve. Os prados, esses, encontrámo-los logo:


A neve, essa, encontrou-nos a nós e não nos largava! Apesar de estar preparado para ela, com botas impermeáveis, mais ninguém vinha preparado e acabamos todos com os pés molhados, incluindo eu que, sem polainas, me enterrava até ao joelho a tentar bater o terreno mais sólido para progredir.


Para não variar, perdemo-nos. Estávamos a seguir as indicações escritas pelo João Graça em bocadinhos de papel. De vez em quando seguíamos também pegadas no gelo (uma vez que trilho nem vê-lo. Desta feita, ignoramos uma descida íngreme à esquerda e seguimos em frente para o prado onde almoçámos.


A partir daqui, muita incerteza se levantou quanto ao caminho a seguir (já estavamos perdidos) e mesmo com toda a minha vontade e espírito de aventura para continuar serra adentro, após 3h de caminhada demos meia volta e fizemos o caminho inverso, de volta para os carros. Perdemos uma aventura pela serra, mas dada a inexperiência do grupo, a preparação técnica que levávamos e, principalmente, o cansaço acumulado e pés ensopados, tenho de admitir que a opção de voltar para trás foi a melhor.

Canyoning - Rio Cabril

Pela informação que conseguimos reunir, para este canyoning esperavam-nos 30 minutos de caminhada de acesso, 1h30 de descida e mais 60 minutos de caminhada de regresso. De facto, saímos dos carros às 11h e só voltámos quase às 19h!

Este não é um trajecto comercial, mesmo para o padrão dos canyonings no Gerês, que são proibidos. Por isso, caminhos de acesso bem trilhados nem vê-los, ainda por cima em início de época e no Inverno. Demorámos quase 2h para chegar ao rio, depois de atravessar muito mato, que deixou as nossas pernas neste estado (nada que um bom banho de água fria não curásse):


Este canyoning foi o regresso dos meus primos à actividade depois da última aventura. Trouxeram com eles de Penafiel um vizinho que... não sabia nadar! Mas como havia fato para todos e saber nadar não costuma ser um requisito, também veio connosco.

Eu, Marco, Tiago, João e Diogo

Começámos por atravessar umas piscinas anormalmente grandes e fundas, que se revelaram um problema para o Diogo que não sabia nadar. No entanto, depois de umas braçadas de mochila (que servia de boia) às costas, a sua maior preocupação era o frio e não o perigo de se afogar! Nestas piscinas pudemos experimentar a máquina nova do Tiago, à prova de água.


Quanto ao canyoning propriamente dito, esperava-nos "apenas" uma cascata, mas (muito) digna do nome pelo qual é conhecida: o Poço do Mouro. Depois de um pequeno desnível, o Rio Cabril precipita-se para dentro dum buraco de 50 metros, o que levou o Tiago a entrar novamente em pânico e a não querer descer! Felizmente, podia-se contornar o poço pela margem direita.

Como no croqui que tínhamos havia uma grande advertência para este rappel, eu decidi aproveitar a escapatória e ir lá abaixo tentar ver como era, uma vez que o poço era tão fechado que não se via bem o fundo! Demorei imenso tempo nesta minha cruzada e o proveito foi quase nulo. Não vi nada.

Decidimos então descer para o buraco, mas só eu e o João, dado que a experiência do Diogo era nula e o Tiago estava com medo. O Marco esteve quase quase a vir, mas faltou-lhe um bocadinho mais de determinação. Ficou a tirar fotos.


A descida foi um "simples" rappel suspenso de 50 metros, com a recepção bem junto à queda de água. No fundo do poço as correntes eram muitas e levavam-nos a outra cascata mais pequena mas bastante encaixada e muito parecida com a fenda do Rio Arado! Descemos sem mais problemas e reencontramo-nos com resto do grupo à saída deste poço. Estava assim concluído o troço interessante para a prática de canyoning.


Esperava-nos agora uma subida de 60 minutos até aos carros, isto se encontrássemos o caminho. Não encontrámos. No entanto seguimos um caminho bastante mais acessível do que o que usámos para chegar ao rio e fomos dar à estrada para Xertelo, onde tínhamos os carros, mas 1km mais abaixo.

Ficam assim justificadas as mais de 5h de actividade, quando não deveríamos ter levado mais de 2h. No final ainda comprámos 1kg de mel cada um a um pastor com boas relações comerciais com os visitantes da aldeia de Xertelo.

23 fevereiro 2009

Canyoning - Rio Arado

Primeiro canyoning para início de temporada, depois de termos fechado com chave de ouro o ano passado, este Rio Arado revelou-se interessante, muito devido à quantidade de água, que nos pareceu a ideal!

Começou com uma bonita caminhada de acesso, que nos levou ao Vale Teixeira, mesmo no coração da Serra do Gerês, local onde iniciamos a descida.

Tinha algumas cascatas bem grandes (50m) e bastante divertidas, mas nada que marcasse pela diferença.


Mais uma vez, a quantidade de água parecia ideal. A sua temperatura é que deixava muito a desejar, como seria de esperar para Fevereiro, ainda com alguma neve/gelo a derreter nos picos mais altos da serra. Cheguei mesmo a sentir uma forte dor no pescoço e na nuca quando a água me atingia com mais força! Muito desconfortável...


Este rio estava a ser "mais um", até chegar a um local que nos surpreendeu! Eu fui o primeiro a descer aquele que parecia ser "mais" um desnível a transpor com recurso a um normalíssimo rappel. Mas 2 metros depois de começar, reparei que a corda me levava para dentro de uma fenda que, para além de estar completamente preenchida pela muita água, parecia "demasiado" estreita para eu passar. Pior ainda, não dava para ver o fundo. Não dava para saber o que me esperava!


Ao colocar a corda para descer, vimos 4 amarrações na parede, cada uma mais distante da outra. Não percebemos porquê... e decidimos usar o segundo ponto (para não nos afastarmos muito para fora da cascata, que ainda desconheciamos). Nesta altura, 2 metros abaixo da amarração, percebi o porquê da 4 amarrações, cada uma mais distante que a anterior. Era para evitar a água.


Além da água, outra coisa me preocupava: ficar entalado na fenda! As 4 amarrações estavam lá para alguma coisa e eu, amarrado à segunda, não conseguiria evitar ser "engolido" pela fenda e pela água, deixando à minha sorte a decisão de ficar ou não preso na descida...


Acabei por escorregar para dentro da fenda, passar a cascata e chegar ao fim do lado de dentro do buraco. Tinha a sensação de quase não ter ar, estava preso no escuro da fenda à minha corda e a todos os sistemas de segurança que tive de retirar enquanto me concentrava para não entrar em pânico, sob toda aquela água gelada. A sério! Depois de me libertar, fugi dali, passando mesmo muito apertado pelo que restava da fenda que ainda apertou mais no fundo.


Esta foi a cascata que distinguiu este canyoning, proporcionando um episódio que será lembrado no futuro e que me marcou como uma das cascatas mais difíceis que já desci, pelo medo e pela descoberta que foi!

Mas este canyoning ficará também na memória por outro factor: as amarrações invisíveis. Sem croqui da descida, sempre que chegávamos a um desnível, procuráramos as amarrações. Num dos casos descemos por um pinheiro, mesmo com 2 tiges a olhar para nós:


Mais à frente eu ía-me matando a escalar, sem protecção, a 20m de altura, para chegar a um pinheiro, quando mesmo atrás dos meus ombros duas tiges idênticas às da imagem anterior sorriam para nós! Foram momentos de alguma aflição, pelo menos para mim, mas tudo acabou bem.

07 fevereiro 2009

A minha irmã em Lisboa 2

A minha irmã voltou a Lisboa, depois de ter realizado com sucesso os exames do primeiro semestre do seu curso de Arquitectura. Na noite em que chegou foi logo ver Amjad, uma peça de Ballet Clássico.


Chegamos mesmo em cima da hora - ainda a mastigar 2 cheeseburgers acabados de comprar em Belém - com dois bilhetes de €5 para os lugares em pé do 3º andar. Entrei logo pela plateia, 5 segundos antes de apagarem as luzes, a perguntar onde eram os lugares de pé. Como estava menos de meio auditório preenchido e o espectáculo estava prestes a começar, para não incomodar os espectadores já sentados, fui prontamente encaminhado para um dos lugares de €30 na plateia. A minha irmã adorou o espectáculo. Eu adormeci a meio (habitual) mas também gostei.


No Sábado, como não poderia deixar de ser, fomos à feira da ladra. Estava a comentar com a minha irmã que é quase obrigatório comprar alguma coisa sempre que lá vamos, nem que seja um postal, quando vejo uma mala preta no lancil de um passeio, a olhar para mim. Mostro algum interesse na mala e a vendedora prontamente me diz: "Dois euros e meio... é para despachar". Eu não resisti nem regateei. Passei o resto da tarde de mala na mão, enquanto passeámos pelo Chiado, visitámos uma "feira franca" na trindade e fomos até ao Adamastor.


No regresso a casa fizemos compras para um jantar que ficou baptizado de "Toasted Dinner", pois a carne à bolonhesa feita por mim colou ao fundo do tacho, o que deixou um aroma a torrado pela casa. Os convidados para o jantar não se queixaram muito e logo seguimos para a Culturgest, para ver Tony Trischka, num concerto musical de Bluegrass Music ao som de 2 banjos. Depois fomos para a night com o João Neto e a Sandy, até às 3h da manhã.


Domingo foi dia de escalada. Apesar da chuva, a minha irmã estava mega motivada para escalar. Fomos até à parede artificial do Jamor onde ela se consolou de fazer força. E saiu-se muito bem! Pelo menos até lhe ficar a doer a mão direita...


Ainda ficou por Lisboa mais 2 dias a visitar museus e exposições. Voltámos na terça-feira à parede de escalada. Fizemos também uns jantares lá por casa. Enfim, valeu a pena tê-la por cá e tenho a certeza que ela adorou, principalmente a parte cultural e social destas férias onde a inveja de viver numa casa como minha, com roommates como as minhas ficou bem patente. E para isso só tenho um coisa a dizer: Quem está mal, muda-se!

Muda-te Helena

03 fevereiro 2009

Janeiro, o mês da vida social

A chuva acompanhou-nos durante todo o mês de Janeiro (e parece não nos querer largar em Fevereiro), por isso não consegui aventurar-me muito. Fiquei por casa... por Lisboa.


Aproveitei para visitar no CCB o Museu Colecção Berardo e a exposição de fotografia BESArt. Não gostei. Fui também ao Museu do Oriente, que achei bastante interessante, especialmente porque fui com alguém formada em História de Arte.


Iniciamos também um ciclo de jantares cá em casa que não deve acabar tão cedo, dada a extensa lista que fizemos com temas para futuros jantares. Começou com uma mega Sushi Party no início do mês e já tivemos um Roti Party (comida Indiana), entre outras menos temáticas!


Ultimamente tenho andado ainda mais caseiro, mas há sempre tempo para passeios a pé por Lisboa: um dia fomos ao Chapitô jantar onde bebemos um chá "Noite Tranquila" que nos fez adormecer no sofá a ver televisão, mal chegamos a casa. Mas um passeio a pé por Lisboa é sempre motivo de registo fotográfico, especialmente se for para dar saltos!


Tenho sido também frequentador assíduo do Dose Dupla no CCB (duetos de jazz), todas as 5ªf à noite. É o que faz a chuva! Demasiado tempo livre!