17 julho 2006

Ah... seu Cabrum

Este fim-de-semana fui experimentar uma nova modalidade: Canyoning.

O local escolhido foi o rio Cabrum, um afluente do rio Douro, entre os concelhos de Cinfães e Resende.

As condições eram as ideais para iniciação:
  • logística simples;
  • grau de dificuldade acessível e gradual;
  • grupo pequeno e experiente;
  • muito calor;
A descida de 4h foi muito interessante, cheia de surpresas positivas, uma vez que o início não prometia muita animação - havia pouca água (muitas vezes quase parada) que contrastava com a quantidade de insectos, que era muita.

A cor da água provava que havia vida, muita vida naquele rio, tanta vida que não nos deixava ver o fundo (mesmo que estivesse a uns escassos 50cm da superfície). Por vezes, depois de nadar entre as diversas formas de vida, era necessário retirar outras pequenas formas de vida que ficavam agarradas ao corpo...


Haviam também aquelas formas de vida verdes, que nos fazem escorregar quando as calcamos (e fizeram mesmo), mas em muito menor quantidade no leito do rio...

Com o acentuar do desnível, a água ganhou velocidade e limpidez, formando por vezes cascatas com 5, 10 ou 25 metros. Aqui entra a actividade radical.

Fazer um rappel com a corda molhada, mãos molhadas, pés molhados, superfície molhada (e escorregadia), não é tarefa fácil. Assusta-me pensar que existem diversas empresas que vendem descidas de rios como este (canyoning) a pessoas inexperientes, inconscientes e, muitas vezes, à procura dos limites. Esta actividade não pode ser encarada de forma leviana, ou não estaria ao nível do alpinismo ou da escalada clássica no que respeita ao perigo.


Não tenho dúvidas que as empresas operadoras de canyoning têm toda segurança necessária à prática da modalidade, mas alguma dessa segurança é confiada ao cliente. O problema é quando o cliente acha que essa segurança é redundante ou limitante. Aí vai ignorar, arriscar e comprometer a segurança de todos.

Se alguma vez pensar em fazer uma descida de um rio através de uma destas empresas, só tenho um concelho: canyoning é um desporto perigoso e é praticado em locais em que um pequeno acidente se pode transformar num grande problema de evacuação, pois geralmente a única saída fica a muitas cascatas e algumas horas de distância.

02 julho 2006

Linha Azul

Realizei algo que já ambicionava há bastante tempo. Percorri a não muito famosa Linha Azul.

Para quem não sabe, a costa de Gaia (cerca de 15Km de extensão) possui um passadiço único!

Aproveitando as traves de madeira da linha férrea entretanto desactivada e um grande investimento em reordenamento da costa, é possível percorrer toda a costa num belo passeio a pé (ou a correr), com o mar à vista.

Passadiço (Foto de Filo)

Quem conheceu as praias de Gaia num passado recente (10 anos) não as reconheceria hoje! A beleza da paisagem sempre lá esteve, mas a Linha Azul dá-nos a oportunidade de participarmos nela.

Senhor da Pedra (Foto de Filo)

Resta dizer que para realizar esta aventura, acordei em Aveiro às 7h da manhã, segui de comboio até à estação de São Bento e desci ao Cais de Gaia. Às 9h iniciei a minha corrida, parando 10min em Salgueiros para visitar a família, 10min no Sr. da Pedra para contemplar a paisagem (estava cansado), e na Granja para recuperar o fôlego. Às 11h30 estava em Espinho.

Uma nota especial para o percurso entre o Cais de Gaia e a Afurada, pois tornaram possível o convívio entre trânsito automóvel, pescadores e peões num espaço reduzido e de difícil intervenção!

Entre o Cais de Gaia e a Afurada (Foto de Amândio Coxito)

PS: as fotos não são da minha autoria. Infelizmente não encontrei nenhum site oficial sobre a Linha Azul.