01 janeiro 2023

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21 maio 2011

MUS Évora

Depois da edição do ano passado do MUS, este ano não poderíamos faltar este ano. A organização preparou 10 mini-provas por todo o país antes da grande final em Lisboa, em Julho. Como a intenção era ganhar novamente este ano, decidi preparar-me participando em algumas das mini-provas pelo país. A primeira foi logo em Évora.

Equipa maravilha para a prova de Évora: Pedro, Joana e Rúben

Repesquei o Rúben da equipa do ano passado e arranjei alguém que conhecesse Évora, neste caso a Joana, uma couch surfer que se revelou bastante competitiva e uma ajuda indispensável para a prova.

Prova: tirar uma foto com uma "pala"

Partimos cheios de confiança para a prova, mas cometemos imensos erros, alguns por distração, outros por alguma confusão nos percursos e nas provas, mas conseguimos completar todo o percurso.

A lavar a cara depois de procurar brindes com a boca numa bacia de farinha

No final, a classificação refletiu o nosso esforço durante as duas horas de prova, da qual podem ver um pequeno resumo neste video.


Um elemento da organização veio ter connosco, dar-nos os parabéns e dizer "se treinarem um bocado acho que têm hipóteses de ganhar em Lisboa, apesar da prova lá ser mais complicada". Devo dizer que é uma pessoa com visão! Sem nos conhecer conseguiu reconhecer ali o valor de quem já tinha ganho a prova do ano passado que foi ainda mais complicada do que viria ser ser esta prova em Lisboa.

Os dados estão lançados!










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25 abril 2011

Pascoa em Penafiel

Aproveitando o fim-de-semana super prolongado da Pascoa desde ano, fui até Penafiel com muitas atividades planeadas mas com poucos adeptos... Por isso tive de recorrer ao truque do costume: GeoCaching com os mais novos!


Aproveitei uma série de caches novas na cidade de Paredes e fui até lá com a "Força de Aventureiros", o grupo de geocaching liderado pela minha afilhada. Umas mais fáceis, outras mais difíceis, quase todas acabaram por sucumbir aos dotes desta equipa maravilha. No dia seguinte repeti algumas delas com o meu pai, outro super dotado para "encontrar caixinhas no meio da cidade/monte recorrendo a satélites de milhões de euros".


Depois do GeoCaching ainda tive tempo para um há muito prometido jogo de ténis de mesa com o meu pai. Fui a um dos treinos da equipa de veteranos do Clube de Convívio e Cultura e levei uma grande tareia de todos os 4 atletas. A diferença no resultado era proporcional à idade e inversamente proporcional à rapidez de pernas dos meus adversários, isto é, quanto mais velhos e mais (aparentemente) debilitados fisicamente os meus adversários, maior era a minha derrota. Felizmente os jogos com o meu pai eram mais renhidos! 


No Domingo de Páscoa, foi o tradicional compasso! Toda a família vem receber o compasso a casa uns dos outros e passamos o dia todo nisto, entre conversas e petiscos.



No final do dia o também tradicional recolher das cruzes do compasso ao final da tarde atraí bastante gente à Rua do Carmo, provavelmente a rua mais tradicional de Penafiel.


Por falar (tanto) em tradição, depois de no ano passado eu ter "recuperado" uma, este ano voltou a repetir-se o piquenique da Senhora da Saúde. A família voltou a juntar-se para jogos tradicionais, petiscos, conversas e muitas risotas. Um dia mais uma vez muito bem passado e uma tradição para se manter!


Jogos com bola

Jogo da malha (só batoteiros!!!)

Meninas na conversa!

E claro comida, muita comida em todas as mesas!

09 abril 2011

Bicicleta da Trafaria a Setúbal (take 2)

O take 2 foi apenas uma semana depois do take 1 e ao contrário do que diz o ditado, à segunda foi de vez! Mas não sem algumas peripécias pelo caminho...

A viagem começou bem cedo para apanhar um dos primeiros barcos que atravessam o Tejo, daqueles que ainda levam malta vida diretamente "da noite" da 24 de Julho.

De manhã bem cedo, a caminho de Belém

No barco conheci dois ciclistas que tinham um objetivo idêntico ao meu: ir até Setúbal. Foi uma companhia essencial não só para o sucesso da viagem como para a beleza da mesma, uma vez que eles tinham uns trilhos "especiais" guardados no GPS!

Primeira surpresa do dia

O primeiro foi logo um fantástico trilho por cima da arriba da Costa da Caparica que termina no antigo OndaParque, um parque aquático já desativado depois de um trágico acidente...

Acidente (ou incidente) tive também eu ao chegar ao OndaParque: um furo. O meu primeiro depois de centenas de quilómetros já feitos este ano! Afinal não acontece só aos outros, mas eu estava preparado com uma câmara de ar de reserva e rapidamente o reparei.

Seguimos a todo o gás, repetindo agora o percurso que tinha feito na semana anterior, mas desta vez sem a travessia da praia! Havia um trilho do GPS de um dos meus companheiros que contornava a lagoa de Albufeira.



Contornada a lagoa de Albufeira, continuamos mais uma vez no percurso da semana anterior, mas desta vez com mais uma surpresa: outro furo! Incrível, eu que nunca tinha furado, ter furado duas vezes seguidas. E não, não foi na mesma roda. Bom, como só levei uma câmara de ar suplente, lá me valeram os meus novos amigos para me salvar o dia e não ter de recorrer a uma terceira tentativa para fazer este percurso!

 Azóia para Sesimbra

Depois de uma merecida paragem para almoço, curiosamente, no mesmo local da semana passada (o sucesso das lamejinhas do Sr. Fortunato) seguimos para Sesimbra, desta vez mais junto ao mar. Esperava-nos um difícil troço por falésias que não sabíamos se tinha ligação a Sesimbra, mas quando subimos a falésia mais alta, deparamo-nos com estas paisagem:

WTF ?!

Mas de onde é que isto apareceu? Fomos teleportados para alguma ilha do Pacífico sem dar por nada? Foi das lamejinhas... só pode! Tínhamos de descer lá abaixo, para ver melhor, para "apalpar", para crer! Mas não foi fácil...



A descida era muito íngreme e com vegetação incrivelmente densa. Bastante difícil até para uma pessoa a pé, por isso agora imaginem com bicicletas e mochila! Mas o objetivo continuava lá em baixo à nossa espera e nós sabíamos que iria valer a pena! E valeu.


Digam lá se já não valeu a pena ler este post, só por terem descoberto que têm uma praia destas a 30Km de Lisboa, acessível por autocarro da TST por menos de 5 euros?

E pronto, com isto chegamos a Sesimbra exatamente à mesma hora que tinha chegado na semana passada com a Isabel e desistido. No entanto na semana passada não desistimos apenas pelo avançar da hora, nem unicamente pelo cansaço meu e da Isabel... Desistimos devido a toda a conjetura, i.e., devido a uma grande conjugação de fatores e o principal era este:



Sim, Sesimbra fica lá no fundinho e nós queríamos atravessar a Serra da Arrábida, por isso o caminho era para cima! Subimos, subimos, subimos, passamos pelas horrorosas mas impressionantes pedreiras, subimos, subimos, tudo até lá acima, mais propriamente às Varandas de Sesimbra.

Varandas de Sesimbra

A partir daqui era sempre a descer, ou quase sempre, pelo meio da serra e depois pela marginal até Setúbal. Tudo seguiu com mais tranquilidade, sem mais furos, mas como um pedal desapertado, "avaria" que me levava a parar de 500 em 500 metros para tentar apertar com os dedos o enorme parafuso da pedaleira! Foi por um triz que não tive mesmo de recorrer a uma terceira tentativa para fazer os 90Km que me separavam de Lisboa a Setúbal!

Atravessando a Serra da Arrábida debaixo de um fantástico sol de primavera!

02 abril 2011

Bicicleta da Trafaria a Setúbal (take 1)

Idêntico ao impulso de ir a Sagres de bicicleta, decidi fazer a "pequena" etapa que me faltava para unir Lisboa ao Algarve de bicicleta: atravessar de barco para a Trafaria e seguir pela Costa da Caparica, Fonte da Telha, Lagoa da Albufeira, Meco, Espichel, Sesimbra, Portinho da Arrábida e finalmente Setúbal. Enganei convenci a Isabel a juntar-se a mim nesta "fácil" etapa.

Paredão da Costa da Caparica, bem cedo pela manhã
Saímos bem cedo de casa para apanhar o barco em Belém e seguimos pelo paredão da Costa da Caparica. Depois de uns Km em estrada, viramos à direita e fizemos um belíssimo estradão até à Fonte da Telha.


Estradão da Costa da Caparica para a Fonte da Telha








Até aqui o percurso estava a surpreender-nos imenso e todos entusiasmados continuamos a "arriscar" junto ao mar.

A areia a tomar conta do nosso caminho

Em pouco tempo ficamos "apeados". Tivemos de empurrar as bicicletas pela areia até à Lagoa da Albufeira e desenganem-se porque não é brincadeira para menos de 2h...

 Empurrando bicicletas pela areia

Pelo menos a paisagem era fantástica! Só foi pena não estar calor para ir dar um mergulho... ou talvez não. Se já assim custou imenso atravessar o areal, o que seria com calor!

A verdade é que este pequeno troço nos deixou estafados e pedalamos para Espichel por estrada, evitando mais aventuras. Esperavam-nos umas "lamejinhas" na tasca do Sr. Fortunato que nos revigoraram o estômago, mas também a alma... mas não por muito tempo.

Passagem fugaz pelo Cabo Espichel

Depois de uma ida "inútil" ao farol do Cabo Espichel, rumamos a Setúbal naquilo que seria uma longa tarde. A Isabel começou a sentir o cansaço e depois de uma atribulada descida até Sesimbra, descobrimos que teríamos de voltar a subir monte acima se quiséssemos sair dali. Dado o avançar da hora e os 35Km que ainda nos separavam de Setúbal, decidimos abortar a viagem e regressar de autocarro "urbano" para Lisboa.

Desta vez as bicicletas couberam na mala!

Chegados a Lisboa ainda arranjei forças para um "passeio" de duas horas por Monsanto, mas o desejo de voltar a tentar ligar Lisboa a Setúbal ficou bem marcado... tão marcado que logo no fim-de-semana seguinte voltaria a tentar!

06 março 2011

ASEstrela 2011

Depois da "excelente" experiência do ano passado, voltei à Serra desta vez com a Isabel e a Claire para um fim-de-semana de montanhismo.


A nossa tenda montada em cima da neve

Se no ano passado a neve só apareceu no último dia, este ano foi ao contrário. Apareceu no primeiro e quase nos deixou no último. Por isso a tenda ficou montada em cima da neve, o piso mais fofo para dormir. Acho que deviam inventar colchões de neve! Qual molas ou latex, a neve é que se adapta ao formato do corpo na perfeição e deve ser 100% anti-hipo-contra-alérgica...


Passeio a pé até à Torre

Chegámos já depois da meia noite, depois de uma subida stressante da Serra, pois tinha começado a nevar intensamente. Dormimos aconchegados e depois de um pequeno almoço quente (que incluiu uma canja de galinha) saímos do Covão d'Ametade para um passeio. Como o tempo não ajudava e a visibilidade por vezes era nula, a única hipótese foi a seguir a estrada até à Torre.


O nosso lanche depois da "caminhada"

Não chegámos à Torre (já o sabíamos) mas ficamos com a fome necessária para fazer um belo lanche no "acampamento". Afinal de contas, era esse o objetivo principal. Esse e fazer um boneco de neve!


Eu e o Abominável Boneco das Neves

Nunca tinha feio um "a serio". Como se faz um boneco de neve? Fácil: fazem-se umas bolas e tal... Errado. Já ouviram falar certamente do efeito "bola de neve"? Ora, se fizerem uma pequena bola de neve e a rebolarem pela neve, ela vai crescendo, crescendo, crescendo até ficar do tamanho desejado! Nunca tinha comprovado a teoria por detrás da expressão mas a verdade é que resulta mesmo.

O verdadeiro efeito "bola de neve"

Bom, mas deixemo-nos de brincadeiras e vamos ao montanhismo. No Domingo integrámos a grandiosa caminhada organizada pelo ASEstrela. Imensa gente cruzou a Serra num dia de pouco sol, muito frio, mas boa visibilidade.


Fila indiana montanha acima



Eu e a Isabel estávamos bem preparados, com impermeáveis e botas. Bem agasalhados. Mas a Claire, a couch surfer a quem oferecemos talvez um dos piores "sofás" da história do CouchSurfing, não estava propriamente preparada.


As "botas" de montanha da Claire

 Ela veio para um mês de férias por Portugal, trazendo apenas duas pequenas mochilas e apenas o par de sapatilhas que trazia calçadas nos pés. Claro que esse foi o calçado de cidade, montanha, neve e até escalada (como vão ver mais à frente) que ela utilizou. Foi uma epopeia para ela, mas a julgar pela sua cara, não se arrependeu!

Claire na Serra da Estrela

 De resto a caminhada foi tranquila, muito bonita, algo exigente técnica e fisicamente, com uma descida complicada com muita neve e algum gelo, e com uma subida final de volta ao Covão d'Ametade que partiu completamente o pelotão.

 Todo contente, de barriga cheia, depois do almoço ali atrás

 Isabel no fundo do Vale de Manteigas, na derradeira tentativa para que o pelotão se juntasse antes da subida


Não ficamos para jantar. A Isabel tinha de trabalhar no dia seguinte. Eu e a Claire optámos por ir escalar para Poios. Por isso partimos antes do sol se pôr.

Depois de uma viagem foi penosa e de uma noite muito bem dormida no fabuloso Santuário de Nossa Senhora da Estrela, na Redinha, lá nos juntamos ao Jorge Martins a um "autocarro" de escaladores vindos de Braga! Eram mais de 30!

Reconhecem alguma coisa?

A única foto de registo, para provar a polivalência (e já o mau estado) do único par de sapatilhas que a Claire trouxe para Portugal, para o seu mês de férias. Força Claire!

Carnaval em Lanzarim

Era um dos 101 objetivos que a Isabel estabeleceu até meados de 2012, por isso teria de ser interessante. Depois do ASEstrela 2011 e de um jantar de Carnaval em Coimbra, lá fomos ver com os nossos olhos os Caretos de Lanzarim.

Um careto com uma mascara já antiga a desfilar pelas ruas da aldeia

Não estava muita gente. Pelo menos não tanta como eu estava à espera, uma vez que a aldeia é muito pequena e o carnaval bastante conhecido. Muito falado na comunicação social, com reportagens e imensas fotografias nos jornais. Talvez por isso o número de fotógrafos fosse maior que o número de caretos, habitantes e turistas todos juntos.

 Pequeno careto a ser "bombardeado" por fotógrafos

Um dos pontos altos do dia é a leitura do testamento. Mas quem é que morreu? A burra, no sentido figurado. Como já morreu, ninguém lhe pode fazer mal. O testamento é lido por um casal de mensageiros, pelo que nenhuma culpa lhes pode ser imputada também. Estes são os ingredientes certos para uma fantástica "lavagem de roupa suja" no centro da aldeia em que nenhum(a) jovem solteiro com mais de 18 anos é poupado. 

 Leitura do Testamento da Burra

Posso-vos garantir de que a burra não só tem uma língua muito afiada como não deixa no ar suspeitas. A identificação dos visados é feita por nome próprio e nome de família, casa onde mora e por vezes graus de parentesco para com outros dos visados. Homens e mulheres, ninguém é poupado!

A carinha de gozo dos rapazes a dizerem mal das raparigas

Pois, eu sei que ainda não perceberam bem o "nível" deste testamento, então vou dar-vos uma ajuda: video dos rapazes (muito mais brejeiro) e video das raparigas.

Depois de tanto mal dizer, ficou toda a gente com fome! Mas como eles já fazem isto à muito tempo, já sabiam e já tinham preparado uns verdadeiros petiscos para a malta toda.

Potes de ferro a cozinhar sopa

Sopa de farinha (na minha casa chama-se "papas"), 3 tipos de enchidos e broa. TUDO CASEIRO!!! Tudo mesmo. Provavelmente a melhor chouriça que comi (estou a escrever isto e estou-me a salivar todo). E a broa? ... fantástica. E as papas... e isto tudo junto, de borla, oferecido por senhoras simpáticas que diziam com orgulho depois de eu perguntar onde comprar chouriças daquelas: "destas chouriças não pode comprar, fui eu que as fiz. Já faço isto para o carnaval há 30 anos!"

De barriga compostinha depois de um fim-de-semana pesadote...

Não fosse a malta ficar com fome depois de enfardar tanta sopa, e como no Norte receber bem é dar muita comida aos convidados, a seguir a isto veio uma mega feijoada do mesmo calibre!

Feijoada muito bem composta

Que barrigada! Agora já "só" faltavam mais de 300Km de viagem para estar fresquinho no trabalho no dia seguinte. Viva o Carnaval de Lazarim!

27 fevereiro 2011

De Troia a Sagres de bicicleta

Fim de semana sozinho em Lisboa, cansado da rotina do trabalho, excelente tempo de sol  e algum frio. Ingredientes perfeitos para uma aventura espontânea. Sair bem cedo de Lisboa montado na minha bicicleta e pedalar para sul, até ao Algarve, sozinho!

Porto Covo

Inspirado pela fantástica viagem de uns amigos escaladores, que fizeram Sines -> Sagres pela costa alentejana no ano passado, tentei repetir a aventura, mas partindo de Troia, depois de uma curta viagem de comboio até Setúbal e de atravessar no ferry boat para a península.

Ilha do Pessegueiro

Os primeiros 70Km foram apenas de ligação, sendo que a primeira verdadeira etapa começou em Sines, numa fantástica estrada costeira até Porto Covo, onde almocei um belo bife da vazia. De barriga cheia atravessei a praia e fui dormir uma bela sesta em frente à Ilha do Pessegueiro.

Estrada costeira, a partir do Forte do Pessegueiro

A segunda etapa ligava Porto Covo a Vila Nova de Mil Fontes. Antevia-se uma excelente e estética etapa, junto ao mar, por belos estradões de terra, mas que logo se transformaram em areia e numa etapa muito dura. Ora pedalar, ora empurrar, ora andar... foram mais de 15Km nisto!

Cansado de empurrar a bicicleta por caminhos com muita areia!

Finalmente chego a Vila Nova de Mil Fontes onde por enorme coincidência encontro um CouchSurfer com quem tinha trocado umas mensagens no dia anterior enquanto procurava dormida! Ele ia de carro com outras CouchSurfers em direcção a uma das praias quando me reconheceu. Grande coincidência!

Cabo Sardão

A paragem foi rápida, para um pequeno lanche e comecei logo a terceira etapa, mais uma ligação por estrada até ao Cabo Sardão, com uma pequena paragem em Almograve para pedir indicações a dois alentejanos que bebiam cerveja num café. Por sorte um deles fazia BTT e deu-me mais algumas indicações que me levaram a um dos melhores troços de toda a viagem!

Cabo Sardão - Zambujeira

Uma fantástica estrada de terra batida, com pouca areia mas alguma lama, sempre junto ao mar, mas por falésias. Lá em baixo o mar bravo. Cá em cima um final de tarde fresco com sol poente. Foram provavelmente os melhores momentos da viagem!

Falésias entre o Cabo Sardão e a Zambujeira

Depois de me perder um pouco para descobrir a passagem por um pequeno ribeiro, lá percorro os derradeiros quilómetros até à Zambujeira, onde iria pernoitar, mais de 130Km depois, mas não sem antes me atirar ao mar!


Banho de mar na Zambujeira, em Fevereiro, num fim de tarde fresquinho

Haviam turistas a tirarem-me fotos do cimo da falésia. Devia parecer um maluco a banhar-me em cuecas no lusco fusco de uma tarde de Inverno. Mas soube bem, foi revitalizador. Procurei um sítio para jantar, comi uma sopa quente e fui dar uma volta. Ai, ai, ai.. que dores nas pernas! 

O plano inicial era dormir na praia, para isso estava a carregar um saco-cama às costas. Mas o orvalho que  já tinha tudo molhado pelas 21h, aliado ao cansaço da viagem e ao que ainda teria de percorrer no dia seguinte, levaram-me a ceder ao conforto de uma pensão bem negociada para uma noite rápida bem dormida.

Muita areia e água à saída da Zambujeira

Levantei-me cedo para a primeira etapa do dia, onde tentei forçar caminhos mais costeiros, mas logo me deparei com muita areia e poças intransponíveis. O meu objectivo de chegar a Sagres levou-me de volta à estrada nacional e aí dei corda aos sapatos, isto é, pedalei costa abaixo!

Pelos campos verdejantes da costa alentejana

Pedalei a manhã toda por estrada nacional. Grandes descidas até Odeceixe, seguidas por uma grande subida até Aljezur. Viragem à direita para Vila do Bispo onde bem junto à Serra de Monchique com os seus altos e baixos lá para a zona da Carrapateira. Já no planalto "final", com Vila do Bispo ao longe, nova viragem à direita para voltar às falésias e às paisagens marítimas.

Vila do Bispo - Sagres

Estes 10Km entre Vila do Bispo e Sagres, em estrada durinha de terra avermelhada e molhada, com vento muito forte mas pelas costas, foram feitos a alta velocidade. A par do troço Cabo Sardão - Zambujeira, um dos melhores momentos de toda a viagem, com o prémio de chegar ao ponto mais Sudoeste da Europa, vindo de Lisboa, montado na minha bicicleta. E que bem que soube!

Eu, a bicicleta e o Cabo de S. Vicente!

Missão cumprida. Agora restava voltar para casa, de comboio. Primeiro teria de pedalar mais de 30Km, contra o vento até Lagos. Sem dúvida a pior parte da viagem. Como o objectivo era Sagres e já estava cumprido, decidi pedir boleia, sem nenhum sucesso. Até que um motorista de shuttle bus entre o aeroporto e hotéis da região estava com bastante tempo livre e decide levar-me mesmo até à estação. As coisas estavam a correr bem!

Peço o bilhete de comboio que me levaria de volta a Lisboa e sou informado da greve da CP. "De comboio não vai para Lisboa hoje, só se o for apanhar a Tunes daqui a 2h, que fica a 50Km". Ora bolas, que insólito. Vim eu de Lisboa até aqui e agora não tenho transporte de volta.

Autocarro, têm de haver autocarros! Pois, mas não transportam bicicletas. Encontro outros aventureiros na mesma situação que eu e lá tivemos de nos desenrascar. Com sacos, cartões e muita fita cola, lá "escondemos" as nossas bicicletas na mala do autocarro, um truque muito tuga para contornar o sistema.

Os meus companheiros de viagem de regresso e os nossos "cavalos de Troia"

O objectivo agora será repetir a viagem com mais gente, talvez começando em Sines e fazê-lo em 3 dias, no Verão, com mergulhos na praia e mais tranquilamente. Foi um belo passeio, mas o ritmo foi bastante alto: 240Km  em 15h, em terreno misto, com médias de 20Km/h em alguns troços.