29 novembro 2009

Navalosa - Festiblock 2009

Este ano não foi ano de Navalameca, com muita pena minha. Mas houve FestiBlock, uma espécie de irmão pequeno daquele que é um dos maiores encontros de escalada (de bloco) da península ibérica.

A aldeia de Navalosa, com as nossas tendas ali no centro (verde e vermelha)

Este vai ser um post cheio de fotos, tipo foto-reportagem, pois não há muito para contar além da escalada e dos (muitos) blocos encadeados.


O primeiro dos 3 dias começou logo com o meu encadeamento deste bloco (acima), um lançamento com um ângulo muito agressivo, para uma presa gigante que necessitava de alguma confiança para ser agarrada.


Passamos o resto do dia a conhecer blocos e tentamos tantos quantos conseguiamos. Eu não encadeei mais nenhum bloco difícil mas fartei-me de passear por blocos mais fáceis. Ao final da tarde, começamos o "assédio" ao The Fly, um dos blocos mais famosos de Navalosa, mesmo ao lado do mega lançamento Ibéria.

Eu a tentar o The Fly, um bloco que me "diz muito"

Só um de nós conseguiu encadear o bloco, à primeira. Os outros esfolaram-se todos e guardamos as energias para o dia seguinte, de manhã, para aproveitar o tempo frio e a melhor aderência da rocha.


Assim, na manhã seguinte, lá encadeei este bloco, o meu bloco mas duro de sempre, um 7b bastante anatómico.

Depois foi a vez de um dos blocos mais fotogénicos de Navalosa, o La Ola. Uma onda de rocha bem perfeitinha e impressionante.


O seu nome significa "onda" em português e está bem evidente porquê. No entanto, este impressionante fenómeno geológico é um simples 6b, fácil de resolver.


A partir do meio do bloco era proibido cair, pois o efeito "onda" fazia com que acertássemos na parte interior da rocha, onde não havia protecção. Por sorte este mesmo efeito que o torna tão perigoso, também o torna extremamente fácil, por isso estava tudo controlado.


Descer era a parte mais complicada...

Acabamos o segundo dia num bloco bastante duro, com muitas linhas de subida possíveis onde gastei quase todas as energias que tinha para o resto da semana...


Os espanhois que estavam connosco é que brilharam neste bloco, encadeando-o à primeira tentativa. O mais forte do nosso grupo também o encadeou.


Reparem nos 4 apoios que o escalador está a usar. Nenhum deles é óbvio mas acreditem que é a forma mais fácil de chegar lá acima... a isto chama-se "técnica". Mas se não tiverem força para agarrar os minúsculos pontos onde ele tem as mãos, esqueçam!

À noite houve festa. Por apenas 2 euros tivemos direito a jantar, concerto e sorteio de material. Quando há apoios para organizar encontros de escalada, as coisas funcionam mesmo bem!


No último dia já estava completamente roto. Literalmente. Não tinha pele nos dedos, já escalava com bastante adesivo. Então dediquei-me aos blocos mais fáceis, para descomprimir. Mas tanto descomprimi que lesionei-me no pescoço (novamente). É uma lesão recorrente.


Passei todo o dia deitado ao sol, a dormitar e já ao final da tarde ganhei ânimo para brincar nuns blocos mais fáceis, virados ao sol, com o resto da malta do grupo e uns espanhois que entretanto se juntaram a nós.

O nosso amigo espanhol, num 7a bastante alto e sem presas de saída (foto do Rasta).

Falta apenas falar da mega viagem que fizemos, 6ªf à noite, depois do último de nós sair do trabalho, isto é, à meia noite, iniciamos uma viagem de 6h para Navalosa, com paragem em Évora para apanhar o 4º elemento do grupo.


Sim, o quarto! Nós e mais 3 colchões. Dois foram dentro do carro, juntamente com tendas, sacos cama, comida e material. Um foi em cima, amarrado ao tejadilho. Chegamos a Navalosa às 8h da manhã e eu dormi a viagem toda, atrás, bem apertadinho. Mais uma mega viagem do meu Fiesta (depois de Hoya Moros)!

23 novembro 2009

Ganhei um HTC Magic

Lembram-se deste anúncio? Pois é, a TMN, para comemorar os 7 milhões de clientes, criou um passatempo baseado neste anúncio. Quem enviasse a sua foto mais parecida com o "Ricardo Quintela" ganhava um HTC Magic.

Ricardo Quintela: metade Ricardo Araújo Pereira, metade Diogo Quintela

Tudo o que eu tinha de fazer era tirar uma foto o mais parecida possível com esta! Deixei crescer a barba e aparei-a até ficar "à medida". Acertei o cabelo. Vesti uma t-shirt igual à da foto e construí uma espécie de estúdio caseiro para tirar a foto nas melhores condições possíveis.


Após mais de 80 fotos, muitas das quais só para acertar com a luminusidade, lá acertei com o ângulo, a luz, a pose e a expressão, já com a preciosa ajuda da Isabel que entretanto tinha chegado do trabalho e se fartou de rir com a confusão que montei na cozinha.


Semanas depois, com uma concorrência forte mas muito descuidada de todos estes pormenores, recebi o email a dar-me os parabéns por ter ganho o passatempo!

02 novembro 2009

Halloween em Lisboa

No Sábado, durante a estadia da minha afilhada cá em Lisboa e com o pretexto do Halloween, decidimos pintar a cara da Catarina de dourado que ficou neste lindo estado:


Logo toda a gente começou a pintar a cara de branco, os lábios de vermelho e a despentear o cabelo (com choques eléctricos). Deixamos a casa "em pantanas" só para conseguir este efeito:

As excepções à regra: a minha dourada afilhada e eu... bastante coradito!

Passamos o resto da noite a tirar fotos. Por vezes tínhamos 4 máquinas apontadas a nós, com o timer a contar. Numa dessas vezes, 3 delas dispararam simultaneamente, originando esta fantástica sobre-exposição!

Sobre-exposição de três flashadas em simultâneo

Saímos à rua, em direcção ao Crew Hassan, onde a Joana (minha colega de casa) iria dar um concerto surpresa para as gémeas Dina e Catarina (antiga colega de casa, antes da Isabel).


Como se pode ver pela foto, o trânsito parava à minha passagem, pois eu "estava vermelho". Aproveitamos a nossa disposição para tirar partido da situação, isto é, ganhar uns trocos.


A Isabel e a sua irmã Helena tentaram arrastar-nos para um espectáculo de rua que consistia em ficar estático até passar alguém (ou deitarem uma moeda), altura em que se dançava efusivamente Thriller do Michael Jackson. Ainda fizemos uns trocos, literalmente, dados por uns forretas espanhois mas muito bem humorados que dançaram connosco!


Chegamos finalmente ao Crew Hassan, a tempo de cantar os parabéns à Catarina e à Dina e para ver o concerto da Joana que foi tão bom que nem tivemos lucidez para tirar fotos! Shame on us!


Nota ao leitor: se souber como tirar tinta vermelha dos colarinhos e dos punhos da minha camisa branca do Traje Académico, é favou deixar instruções nos comentários. Obrigado!

Afilhada em Lisboa

Este fim de semana a minha afilhada veio visitar-me. Não por ser Halloween, mas porque no seu aniversário prometemos que a trazíamos à Kidzania.

Catarina na Kidzania!

Devo dizer que fiquei um pouco desiludido com a Kidzania. Soube-me um pouco a dupla tributação: bilhete caro à entrada + patrocínio em toda e qualquer actividade no seu interior! Pensei que fosse muito mais um parque educativo do que um parque de diversões. Não é.

Catarina e Raquel, a passear na Baixa

Era para vir "metade" da família, mas acabaram por vir apenas a minha irmã e a minha prima Raquel, madrinha da Catarina. Foi pena, porque teria sido muito mais divertido!

Feira da Ladra

Fizemos o tradicional roteiro turístico, desde a Feira da Ladra onde me fartei de fazer compras, passando pelo obrigatório eléctrico, chiado, Assembleia da República... até ao MUDE!


Um turista a apalhaçar no 2º plano. Adoro fazer isto também!

Algo engraçado de se ver foi a interacção da Catarina com tecnologias do passado, desde a máquina muito old school que utilizou para gastar 2 rolos de 36 fotos até aos postais. Perguntava sempre como podia ver as fotos que acabou de tirar, especialmente quando eu abri a máquina para trocar de rolo! Quanto ao postal, mostrou alguma desconfiança no sistema pouco habitual para trocar correspondência com os pais...


Actualizações do blog

Estou farto de tentar manter o blog actualizado cronologicamente. Tenho mais de um mês de posts para escrever antes de poder contar o que se passou neste fim de semana... e não acho correcto.

Por isso, daqui em diante, os posts não aparecerão por ordem cronológica! Vão aparecendo conforme me apetece. Espero que em mais abundância!

13 setembro 2009

Mallorca - Psicobloc (Cala Barques)

Nem imaginam a sorte que eu tenho por ter feito psicobloc em Maiorca! É uma variante fantástica da escalada que eu aconselho a todos os destemidos das altura e com algum jeitinho para escalar (mínimo 7a para garantir a diversão!)

Primeira praia que encontrei

A primeira aventura foi mesmo encontrar o local. Tinha muito pouca informação. Comecei por fazer uma pequena caminhada de 30min desde a estrada até esta praia completamente deserta. Lindíssima... mas psicobloc nem vê-lo. Apenas 2 meninas a fazer top-less debaixo de um guarda-sol colorido.

Dei um mergulho para poder enfrentar o caminho de regresso.

De volta à estrada, comecei a pedir boleia para Norte. Logo um camionista me deu boleia, mas por apenas 2Km. Voltei a esticar o dedo e apareceu uma Belga a pedir-me informações sobre Cala Barques, uma praia para fazer psicobloc! Não a sabia ajudar, mas logo me deu boleia e fomos em busca da dita praia. Na povoação seguinte indicaram-nos que a praia ficava para trás! Seguindo as indicações descobri que a Belga me deu boleia a menos de 50 metros do cruzamento para a praia...

Grutas para psicobloc em Cala Barques

Após 20min de caminhada demos com o fantástico cenário que podem contemplar na foto acima. Digam lá se não é bonito: 10 metros de falésia com rocha de qualidade, água tépida e óptimo ambiente!

Eu a estrear-me num 7a (Metrosexual)

Para começar meti-me logo cheio de confiança num 7a que quase concluí com sucesso. Neste caso o quase é muito mau, pois significa que caí à água mesmo, mesmo quase a chegar ao fim (já a tocar no topo da falésia) provocando a maior queda possível!

Logo de seguida encadeio a via sem dificuldade e avanço para uma mais simples, um 6b também de qualidade (video).

A escalar um 7c... mesmo a pedir para cair!

Cair de uma altura tão alta mete-me medo! Sou incapaz de me atirar. Mas quando acontece sem contar... até sabe bem. Por isso decidi escalar as vias mais difíceis do sector, com a certeza de que mais tarde ou mais cedo iria cair à água. Para minha (in)felicidade acabava por conseguir chegar sempre bastante alto!

Isto de escalar com as mãos molhadas faz os seus estragos... A pele fica muito mais sensível e é arrancada com muito mais facilidade. Isto aliado à minha falta de treino, dá um resultado muito bonito:

Estado das minhas mãos depois do psicobloc!

No último dia das férias ainda aluguei um carro com o Rui e com um couch surfer que conheci (profile) e regressei para mais psicobloc! Mas o que eu gostava mesmo era de ter ficado a acampar nesta praia. O ambiente deve ser fantástico e não é por acaso que lhe chamam beach 4, tal como o camp 4 em Yosemite, por ter uma comunidade de escaladores quase permanente e estar a dar origem a uma nova vertente na escalada!

Jeremy e eu, com as grutas ao fundo

Uma excelente alternativa ao rítmo boémio pelo qual Maiorca é conhecida. Fica a esperança de voltar um dia, com mais disponibilidade para o psicobloc e para a montanha!


28 agosto 2009

Canyoning - Ribeira de Vessadas (Inferior)

Pela primeira vez participei na festa do aniversário do meu clube de escalada, o Núcleo de Montanha de Espinho.


A actividade da moda foi a mais dominadora deste encontro: o canyoning. Apesar de ter havido alguma escalada desportiva e de bloco no Domingo, grande parte dos associados dedicou o fim-de-semana ao canyoning.

Foto de grupo

O local escolhido diz tudo: Parque de Campismo do Merujal, bem no coração da Serra da Freita e a poucos minutos de carro de vários troços de canyoning.


Além da óptima localização, este parque tem ainda uma excelente posta aroquense, servida no jantar de comemoração do aniversário! Grande festa, seguida por um jogo que pôs toda a gente a "itibitar" até às tantas da manhã!

Mas passemos à reportagem dos canyonings. Primeiro a Ribeira de Vessadas (Inferior), primeiro canyoning para muitos dos presentes, incluindo a Isabel que, mesmo não sendo associada, também participou.

Isabel, em grande estilo, na sua introdução à modalidade


Muito calor e alguma água

A Isabel proporcionou ainda um dos momentos mais comentados da noite: os saltos para a água. Desenganem-se aqueles que pensem que ela é uma maluca das alturas, uma destemida dos saltos ou uma pessoa decidida na altura de saltar. É exactamente o oposto!

Demorou cerca de 10 minutos para fazer este salto (boa técnica)


Cerca de 40 minutos para saltar este... (10cm mais alto)

Mas saltou-os! A todos! Mesmo tendo a alternativa de "ir à volta". Mais para o final até repetiu várias vezes um salto à saída de um tobogã (talvez o mais alto do dia) mas que estava camuflado pelo "escorrega" inicial...

A já experiente Isabel a dominar as técnicas do rappel

No dia seguinte, parte do grupo (os mais fanáticos) seguiram para o Rio Teixeira, um clássico. Tenho-o descido uma vez por ano, desde que comecei a praticar canyoning, o que é uma excelente média. Este é provavelmente o canyoning mais interessante do país para iniciação!

A cascata mais fotogénica do rio

É também engraçado sentir a evolução de ano para ano. Principalmente no final do rio, onde existe a possibilidade de realizar saltos progressivamente mais altos! Com vista às minhas férias em Maiorca, decidi treinar os saltos, chegando a amandar-me várias vezes praí dos 7 metros... Nada mau para quem há um ano, no mesmo local, sentia um frio no estômago ao saltar dos 5 metros! Para o ano tenho "o famoso salto" de 20 metros, no mesmo local. Um dia...

Café local que serve excelentes sandes de presunto (era a fominha)