29 janeiro 2011

Salto de pára-quedas em Évora

Num Sábado de manhã de Janeiro, com tempo instável e de guarda-chuva na mala, saímos de Lisboa em direção a Évora, com o plano de fazer um Salto Tandem de pára-quedas, sobreviver, dar um passeio por Évora, jantar e regressar. Tínhamos de gastar os vouchers que ganhámos no ano passado, no challenge da Merrell.


Fomos diretos ao aeródromo, vimos o ambiente, comemos uma canjinha de galinha caseira e seguimos para o avião. Foi chegar, ver e saltar!



Fizeram-nos a pergunta habitual: por mais 30 euros, saltam de mais alto e têm mais tempo de queda livre. Querem? Ninguém quis e seguimos para o avião. Daí a nada estávamos no chão.
Quem não dá 30 euros para saltar mais tempo também não dá 90 para ter o seu salto filmado. Por isso fotografias da louca viagem descendente também não há!


Eu, o Miguel o Tomás e a Elenor (não confundir com marcas de sujidade na lente)


Mas não nos podemos queixar. Na hora de abrir a porta do avião e saltar, uma nuvem amiga escondeu a pista lá em baixo e o instrutor deu instruções ao piloto para subir. Não era possível saltar dali, sobe, sobe, sobe! E nós subimos, subimos, subimos para depois saltarmos e descermos, descermos, descermos da altura mais alta que não pagamos.


Fui o primeiro a saltar, o que me deu o privilégio de fazer algo diferente! Já no avião, o instrutor explicou-me que me iria colocar totalmente do lado de fora do avião, antes do salto. Foi a melhor parte. Quando se pensa num salto destes pensa-se na descida, mas a saída do avião foi bem mais interessante para mim! 

Imaginem-se só a voar num pequeno avião a 4Km de altitude e depois alguém abre a porta. O que fariam? Claro que se dirigiam à porta e metiam a cabeça de fora para ver bem as vistas lá para baixo e, como é claro também, se penduravam do lado de fora do avião durante uns segundos, enquanto ele plana no ar a grande velocidade! Depois, o óbvio: saltam. Então, um avião no ar com uma porta aberta lá para fora… claro que o mais sensato é saltar porta fora. E puff, estás a voar.

A voar... quer dizer.... a cair! Esqueçam a paz do voo das gaivotas, ou das águias na montanha. Eu estava mesmo a cair. A cair em direção ao chão! Estão a ver aqueles sonhos em que estão a cair, mesmo? Ora, é mais ou menos isso, mas durante 40 segundos. A sensação de desamparo, de que nos vamos esborrachar na pista. Por outro lado o vento a fazer barulho, as nuvens e o frio (-16º quando saímos do avião). Muita coisa a acontecer até que o pára-quedas abre e ficamos numa paz aparente. Aqui sim estamos a voar.


A voar sobre o aeródromo de Évora

O voo é rápido até ao chão, com umas espirais que aceleraram o processo. A aterragem, apesar de fácil, é das partes mais arriscadas da atividade. A nossa decorreu sem problemas.

Uma aterragem controlada

Uma vez no chão, foi a descompressão. A análise de todas as sensações, de tudo o que se passou. Tudo ainda iria demorar o seu tempo a digerir! E por falar em digerir… quem ainda se lembra qual era o plano para o resto dia? Jantar em Évora, claro.

Os quatro "astronautas"

Levávamos uma recomendação de um restaurante chamado Quarta-feira. Fomos lá marcar o jantar para 6 e perguntámos pela ementa. O senhor, de uma forma arrogante, mandou-nos estar lá às 20h em ponto, como toda a gente e o jantar seria servido. Não teríamos escolha.

Viemos intrigados com o comportamento do dono do pequeno restaurante de 16 pessoas, mas às 20h em ponto lá estávamos. As entradas já estavam servidas e garrafas de vinho que não pedimos já abertas na mesa. O jantar não o escolhemos e a sobremesa seria uma surpresa. Nem sabíamos o preço daquilo.


Jantar no Quarta-feira

O veredicto: quando forem a Évora têm de vir cá jantar! É fantástico. Não precisam de escolher a comida e tal como em casa da vossa avó, sentam-se à mesa e comem comida acabada de fazer, muito saborosa. Menu completo. O preço é fixo e comem o que quiserem. A qualidade é excelente. O atendimento, claro foi muito personalizado. Demorou um pouco a quebrar o gelo mas depois de começamos a falar sobre os imensos símbolos maçónicos o senhor Dias soltou a língua e ficamos a falar até às 23h. Fomos os últimos a sair do restaurante mas ficamos com muito vontade de ficar e de voltar. E aconselho-vos a fazerem o mesmo. Recomendo!

E pronto, foi este o dia em que o número de descolagens de avião que fiz deixou de bater certo com o número de aterragens. Saltei de um avião!

1 comentário:

Isabel Marques disse...

nota: aquela não era canja caseira!! Canja caseira é o que vou fazer daqui a pouco com uma galinha da mamã!!