O meu regresso às competições de escalada, cerca de 2 anos depois da última, foi na prova rainha de boulder, organizada pelo meu clube (NME). Sem treinar há muito tempo e sem escalar em rocha ao fim-de-semana (já devem ter notado que tenho andado no canyoning), não esperava grande resultado.
Mas, para minha surpresa encadeio à primeira tentativa todos os blocos até à dificuldade média! Depois... lesionei-me. Contractura do trapézio, que felizmente não me impedia de escalar, mas não me deixava virar o pescoço. A Romana fez-me uma massagem milagrosa, mas nem assim encadeei mais nenhum bloco. Apesar da lesão, fiquei em 10º lugar, o que é muito bom. Em forma, poderia aproximar-me dos 8 finalistas!
Restava-me a já famosa competição de lançamentos que, mais uma vez, teria de a fazer com dores no pescoço.
A competição consiste em saltar de um conjunto de presas perto do chão para uma presa muito grande, a uma distância cada vez maior, medida na diagonal do ponto de partida. Os atletas vão saltando e quem não agarrar a presa, é eliminado. Sobe-se a presa 5 a 10 centímetros a cada ronda e ganha quem saltar mais que os outros. Simples.
Mesmo sem treinar, senti-me muito bem nos lançamentos. A competição está mais renhida a cada ano que passa, com novos atletas a progredirem cada vez mais e a chegar mais longe. Mas a algumas rondas do final, lá ficaram os atletas do costume: eu, o André Neres e o Ricardo Neves (campeão em título). O Ricardo foi o primeiro a ficar para trás por 2 razões. Primeiro, estava com azar e escorregou duas vezes. Segundo, o André mudou de táctica e continuou a saltar cada vez mais longe.
O André Neres estava a usar uma técnica muito parecida com a minha e estava a pressionar-me cada vez que subiam a presa para mais longe, pois ele saltava antes de mim, obrigando-me a lançar com sucesso só para me manter em prova.
Mas chegamos a um ponto em que o André já não conseguiu agarrar a presa. Caso eu conseguisse, ganhava a competição de lançamentos.
Sucesso. E ainda fiquei com a sensação que podia ter continuado a saltar mais alto.
Esta é uma competição que me é querida. Gosto de lançamentos e, há 3 anos treinei para ser um especialista neste tipo de prova, estatuto que ainda mantenho sem adversários à altura, por enquanto.
Esta é uma competição que me é querida. Gosto de lançamentos e, há 3 anos treinei para ser um especialista neste tipo de prova, estatuto que ainda mantenho sem adversários à altura, por enquanto.
Depois da competição de lançamentos, veio a final da competição principal. Coube-me a mim a responsabilidade de arbitrar a final sénior masculina, ganha pelo Zé Abreu com relativa facilidade, seguido de perto pelo André Neres.
Foi um último esforço no culminar de uma das provas mais difíceis de organizar, que envolve mais logística e que tem mais participantes, pela qual o NME está de parabéns, especialmente o Sílvio Morgado que foi o responsável máximo.
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