Este ano não foi ano de Navalameca, com muita pena minha. Mas houve FestiBlock, uma espécie de irmão pequeno daquele que é um dos maiores encontros de escalada (de bloco) da península ibérica.
Este vai ser um post cheio de fotos, tipo foto-reportagem, pois não há muito para contar além da escalada e dos (muitos) blocos encadeados.
O primeiro dos 3 dias começou logo com o meu encadeamento deste bloco (acima), um lançamento com um ângulo muito agressivo, para uma presa gigante que necessitava de alguma confiança para ser agarrada.
Passamos o resto do dia a conhecer blocos e tentamos tantos quantos conseguiamos. Eu não encadeei mais nenhum bloco difícil mas fartei-me de passear por blocos mais fáceis. Ao final da tarde, começamos o "assédio" ao The Fly, um dos blocos mais famosos de Navalosa, mesmo ao lado do mega lançamento Ibéria.
Eu a tentar o The Fly, um bloco que me "diz muito"
Só um de nós conseguiu encadear o bloco, à primeira. Os outros esfolaram-se todos e guardamos as energias para o dia seguinte, de manhã, para aproveitar o tempo frio e a melhor aderência da rocha.
Assim, na manhã seguinte, lá encadeei este bloco, o meu bloco mas duro de sempre, um 7b bastante anatómico.
Depois foi a vez de um dos blocos mais fotogénicos de Navalosa, o La Ola. Uma onda de rocha bem perfeitinha e impressionante.
O seu nome significa "onda" em português e está bem evidente porquê. No entanto, este impressionante fenómeno geológico é um simples 6b, fácil de resolver.
A partir do meio do bloco era proibido cair, pois o efeito "onda" fazia com que acertássemos na parte interior da rocha, onde não havia protecção. Por sorte este mesmo efeito que o torna tão perigoso, também o torna extremamente fácil, por isso estava tudo controlado.
Descer era a parte mais complicada...
Acabamos o segundo dia num bloco bastante duro, com muitas linhas de subida possíveis onde gastei quase todas as energias que tinha para o resto da semana...
Os espanhois que estavam connosco é que brilharam neste bloco, encadeando-o à primeira tentativa. O mais forte do nosso grupo também o encadeou.
Reparem nos 4 apoios que o escalador está a usar. Nenhum deles é óbvio mas acreditem que é a forma mais fácil de chegar lá acima... a isto chama-se "técnica". Mas se não tiverem força para agarrar os minúsculos pontos onde ele tem as mãos, esqueçam!
À noite houve festa. Por apenas 2 euros tivemos direito a jantar, concerto e sorteio de material. Quando há apoios para organizar encontros de escalada, as coisas funcionam mesmo bem!
No último dia já estava completamente roto. Literalmente. Não tinha pele nos dedos, já escalava com bastante adesivo. Então dediquei-me aos blocos mais fáceis, para descomprimir. Mas tanto descomprimi que lesionei-me no pescoço (novamente). É uma lesão recorrente.
Passei todo o dia deitado ao sol, a dormitar e já ao final da tarde ganhei ânimo para brincar nuns blocos mais fáceis, virados ao sol, com o resto da malta do grupo e uns espanhois que entretanto se juntaram a nós.
Falta apenas falar da mega viagem que fizemos, 6ªf à noite, depois do último de nós sair do trabalho, isto é, à meia noite, iniciamos uma viagem de 6h para Navalosa, com paragem em Évora para apanhar o 4º elemento do grupo.
Sim, o quarto! Nós e mais 3 colchões. Dois foram dentro do carro, juntamente com tendas, sacos cama, comida e material. Um foi em cima, amarrado ao tejadilho. Chegamos a Navalosa às 8h da manhã e eu dormi a viagem toda, atrás, bem apertadinho. Mais uma mega viagem do meu Fiesta (depois de Hoya Moros)!
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