Este fim-de-semana fui experimentar uma nova modalidade:
Canyoning.O local escolhido foi o rio
Cabrum, um afluente do rio Douro, entre os concelhos de Cinfães e Resende.
As condições eram as ideais para iniciação:
- logística simples;
- grau de dificuldade acessível e gradual;
- grupo pequeno e experiente;
- muito calor;
A descida de 4h foi muito interessante, cheia de surpresas positivas, uma vez que o início não prometia muita animação - havia pouca água (muitas vezes quase parada) que contrastava com a quantidade de insectos, que era muita.
A cor da água provava que havia
vida, muita vida naquele rio, tanta vida que não nos deixava ver o fundo (mesmo que estivesse a uns escassos 50cm da superfície). Por vezes, depois de nadar entre as diversas formas de vida, era necessário retirar outras pequenas formas de vida que ficavam agarradas ao corpo...

Haviam também aquelas formas de vida verdes, que nos fazem
escorregar quando as calcamos (e fizeram mesmo), mas em muito menor quantidade no leito do rio...
Com o acentuar do desnível, a água ganhou velocidade e limpidez, formando por vezes cascatas com 5, 10 ou 25 metros. Aqui entra a
actividade radical.

Fazer um
rappel com a corda molhada, mãos molhadas, pés molhados, superfície molhada (e escorregadia), não é tarefa fácil. Assusta-me pensar que existem diversas empresas que vendem descidas de rios como este
(canyoning) a pessoas
inexperientes, inconscientes e, muitas vezes, à procura dos limites. Esta actividade não pode ser encarada de forma
leviana, ou não estaria ao nível do alpinismo ou da escalada clássica no que respeita ao
perigo.Não tenho dúvidas que as empresas operadoras de
canyoning têm toda
segurança necessária à prática da modalidade, mas alguma dessa segurança é confiada ao cliente. O problema é quando o cliente acha que essa segurança é redundante ou limitante. Aí vai ignorar, arriscar e comprometer a segurança de todos.
Se alguma vez pensar em fazer uma descida de um rio através de uma destas empresas, só tenho um concelho:
canyoning é um desporto
perigoso e é praticado em locais em que um pequeno acidente se pode transformar num grande problema de
evacuação, pois geralmente a única saída fica a muitas cascatas e algumas horas de distância.