Primeiro canyoning para início de temporada, depois de termos fechado com chave de ouro o ano passado, este Rio Arado revelou-se interessante, muito devido à quantidade de água, que nos pareceu a ideal!
Começou com uma bonita caminhada de acesso, que nos levou ao Vale Teixeira, mesmo no coração da Serra do Gerês, local onde iniciamos a descida.
Tinha algumas cascatas bem grandes (50m) e bastante divertidas, mas nada que marcasse pela diferença.
Mais uma vez, a quantidade de água parecia ideal. A sua temperatura é que deixava muito a desejar, como seria de esperar para Fevereiro, ainda com alguma neve/gelo a derreter nos picos mais altos da serra. Cheguei mesmo a sentir uma forte dor no pescoço e na nuca quando a água me atingia com mais força! Muito desconfortável...
Este rio estava a ser "mais um", até chegar a um local que nos surpreendeu! Eu fui o primeiro a descer aquele que parecia ser "mais" um desnível a transpor com recurso a um normalíssimo rappel. Mas 2 metros depois de começar, reparei que a corda me levava para dentro de uma fenda que, para além de estar completamente preenchida pela muita água, parecia "demasiado" estreita para eu passar. Pior ainda, não dava para ver o fundo. Não dava para saber o que me esperava!
Ao colocar a corda para descer, vimos 4 amarrações na parede, cada uma mais distante da outra. Não percebemos porquê... e decidimos usar o segundo ponto (para não nos afastarmos muito para fora da cascata, que ainda desconheciamos). Nesta altura, 2 metros abaixo da amarração, percebi o porquê da 4 amarrações, cada uma mais distante que a anterior. Era para evitar a água.
Além da água, outra coisa me preocupava: ficar entalado na fenda! As 4 amarrações estavam lá para alguma coisa e eu, amarrado à segunda, não conseguiria evitar ser "engolido" pela fenda e pela água, deixando à minha sorte a decisão de ficar ou não preso na descida...
Acabei por escorregar para dentro da fenda, passar a cascata e chegar ao fim do lado de dentro do buraco. Tinha a sensação de quase não ter ar, estava preso no escuro da fenda à minha corda e a todos os sistemas de segurança que tive de retirar enquanto me concentrava para não entrar em pânico, sob toda aquela água gelada. A sério! Depois de me libertar, fugi dali, passando mesmo muito apertado pelo que restava da fenda que ainda apertou mais no fundo.
Esta foi a cascata que distinguiu este canyoning, proporcionando um episódio que será lembrado no futuro e que me marcou como uma das cascatas mais difíceis que já desci, pelo medo e pela descoberta que foi!
Mas este canyoning ficará também na memória por outro factor: as amarrações invisíveis. Sem croqui da descida, sempre que chegávamos a um desnível, procuráramos as amarrações. Num dos casos descemos por um pinheiro, mesmo com 2 tiges a olhar para nós:
Mais à frente eu ía-me matando a escalar, sem protecção, a 20m de altura, para chegar a um pinheiro, quando mesmo atrás dos meus ombros duas tiges idênticas às da imagem anterior sorriam para nós! Foram momentos de alguma aflição, pelo menos para mim, mas tudo acabou bem.
Começou com uma bonita caminhada de acesso, que nos levou ao Vale Teixeira, mesmo no coração da Serra do Gerês, local onde iniciamos a descida.
Tinha algumas cascatas bem grandes (50m) e bastante divertidas, mas nada que marcasse pela diferença.
Mais uma vez, a quantidade de água parecia ideal. A sua temperatura é que deixava muito a desejar, como seria de esperar para Fevereiro, ainda com alguma neve/gelo a derreter nos picos mais altos da serra. Cheguei mesmo a sentir uma forte dor no pescoço e na nuca quando a água me atingia com mais força! Muito desconfortável...
Este rio estava a ser "mais um", até chegar a um local que nos surpreendeu! Eu fui o primeiro a descer aquele que parecia ser "mais" um desnível a transpor com recurso a um normalíssimo rappel. Mas 2 metros depois de começar, reparei que a corda me levava para dentro de uma fenda que, para além de estar completamente preenchida pela muita água, parecia "demasiado" estreita para eu passar. Pior ainda, não dava para ver o fundo. Não dava para saber o que me esperava!
Ao colocar a corda para descer, vimos 4 amarrações na parede, cada uma mais distante da outra. Não percebemos porquê... e decidimos usar o segundo ponto (para não nos afastarmos muito para fora da cascata, que ainda desconheciamos). Nesta altura, 2 metros abaixo da amarração, percebi o porquê da 4 amarrações, cada uma mais distante que a anterior. Era para evitar a água.
Além da água, outra coisa me preocupava: ficar entalado na fenda! As 4 amarrações estavam lá para alguma coisa e eu, amarrado à segunda, não conseguiria evitar ser "engolido" pela fenda e pela água, deixando à minha sorte a decisão de ficar ou não preso na descida...
Acabei por escorregar para dentro da fenda, passar a cascata e chegar ao fim do lado de dentro do buraco. Tinha a sensação de quase não ter ar, estava preso no escuro da fenda à minha corda e a todos os sistemas de segurança que tive de retirar enquanto me concentrava para não entrar em pânico, sob toda aquela água gelada. A sério! Depois de me libertar, fugi dali, passando mesmo muito apertado pelo que restava da fenda que ainda apertou mais no fundo.
Esta foi a cascata que distinguiu este canyoning, proporcionando um episódio que será lembrado no futuro e que me marcou como uma das cascatas mais difíceis que já desci, pelo medo e pela descoberta que foi!
Mas este canyoning ficará também na memória por outro factor: as amarrações invisíveis. Sem croqui da descida, sempre que chegávamos a um desnível, procuráramos as amarrações. Num dos casos descemos por um pinheiro, mesmo com 2 tiges a olhar para nós:
Mais à frente eu ía-me matando a escalar, sem protecção, a 20m de altura, para chegar a um pinheiro, quando mesmo atrás dos meus ombros duas tiges idênticas às da imagem anterior sorriam para nós! Foram momentos de alguma aflição, pelo menos para mim, mas tudo acabou bem.
2 comentários:
Olá,
Conheço muito bem este rio ;)
Já fiquei preso no Final da diaclasa (fenda), felizmente tinha comigo o equipamento de espeleo e tive que subir novamente. Foi uma experiência de aperto!
Estava ali perto, estava no Rio Conho, Não sei se já conheces mas também vale a pena!
Abraço
Olá!
No Domingo passado fiz o meu primeiro Canyoning e logo no rio Arado. Nunca tinha feito rappel ou escalada e lá me aventurei... Encontrei o teu blog ao pesquisar sobre canyoning!
Confesso que ao inicio tive medo, muito medo... mas depois tornou-se giro! O caudal era imenso pois tem chovido muito, cascatas com muita água não faltaram...
Experiência a repetir, sem dúvida!
Abraço
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